Freguesia
“…Onde cai a branca neve onde brota a água fria….”
Existe documentação que permite afirmar que no início da vila de Manteigas esta seria apenas constituída pela Freguesia de Santa Maria e que teria começo na primeira metade do século XIV.
O seu diversificado património vai desde o natural ao edificado. O património natural invade toda a Freguesia desde a majestosa paisagem de montanha, nos meses de inverno com seus comes pintados com o branco da neve, na primavera e verão aos verdes dos pinheiros, os cinzentos dos fragões os amarelos das cearas de centeio e no outono os vermelhos das Faias e Castanheiros. aos ribeiros e rios Zêzere e Mondego com suas águas cristalinas que correm em leito umbilical.
O património edificado mais relevante é patenteado na Igreja Matriz, nas oito Capelas, na Igreja da Misericórdia e na Casa das Obras. A primeira referência à Igreja Matriz de Santa Maria, surge em documento oficial de 1388, o que pressupõe que a sua edificação teria ocorrido em anos anteriores. Abarca um património valioso, com destaque para o magnífico altar-mor em talha dourada e a imagem do Senhor do Esquife. O património religioso da Freguesia é enriquecido pelas oito capelas: Capela do Senhor do Calvário; Capela de São Lourenço; Capela de São Gabriel; Capela de Santa Luzia; Capela da Nossa Senhora da Estrela; Capela da Nossa Senhora de Fátima; Capela de Nossa Senhora do Carmo e Capela de Nossa Senhora da Saúde.
A Igreja da Misericórdia, é a mais antiga da vila de Manteigas construída entre 1685 e 1688, era outrora a capela de são João Baptista1260, quando a vila era só um núcleo. Situa-se no centro histórico da vila de Manteigas. O seu interior impressiona pelos seus blocos dos altares e do púlpito, o bloco do altar principal é o maior e como os outros é de talha marcadamente barroca, as colunas do altar-mor são salomónicas. O seu púlpito barroco é de madeira e a pia baptismal é uma peça única de granito.
A Casa das Obras é uma robusta construção de tipo solarengo, encimada por brasão a conferir título de nobreza. No interior existem ainda algumas peças de mobiliário de qualidade, nomeadamente sete quadros a óleo dos séculos XVIII e XIX que retratam algumas das mais iminentes figuras da família. Construída, na segunda metade do Século XVIII pelo capitão – mor, mais tarde desembargador João Teodoro Saraiva Fragoso de Vasconcelos Cardoso. A Casa das Obras impõe-se pelas suas dimensões. O nome de Casa das Obras está por certo relacionado com a expectável e delonga construção que deve ter durado, pelo menos, de 1770 ao primeiro quartel do Século XIX.